Tudo novo, de novo!

Mais de um ano se passou desde a minha última postagem. E, lendo aquele post, poderia simplesmente alterar a data e colocar a de hoje… Rsss… Pois de novo, muita mudança em minha vida aconteceu.

Resumindo a ópera desse pouco mais de um ano: terminei o casamento, fui morar com uma amiga que virou irmã, assumi um emprego numa ONG como gerente administrativa, fiz novos amigos, entrei num grupo de mútua ajuda, voltei a namorar o ex marido, continuei nas corridas e adotei a malhação, terminei (ou melhor, fui terminada) a relação para todo o sempre, conheci novos caras, me apaixonei por alguns, continuei dando aulas de Yoga em grupo e particulares, recebi uma proposta do meu ex chefe para voltar a SP, acreditei no projeto, larguei a ONG, me mudei de volta pra SP (com o coração partido porque estava AMANDO a vida com os novos amigos e a nova rotina… mimimi…), e cá estou eu! Refazendo meu caminho! Ufa…

Então, seguimos o barco, com vida nova, rotina nova, amigos antigos e alguns novos… Tô amando tudo isso. Para uma kapha, acho que ando bem pitta, com todas essas mudanças…

Namastê!

 

A lição mais importante que o Yoga me ensinou (e está ensinando)

Descobri o Yoga há quase duas décadas. No início, achei que se tratava somente de uma atividade física. Mas levou pouco mais que algumas aulas e uma excelente professora para eu descobrir que aquilo, na verdade, era a menor parte do todo.

impermanence2E durante todos esses anos, o Yoga me ensinou muita coisa. Me ensinou, por exemplo, a como me cobrar menos, a ser mais flexível comigo mesma. Igualmente me ensinou também a como focar, perseverar, sem no entanto, me machucar ou agredir.

Mas de todas as lições que o Yoga me trouxe, certamente a aceitação da impermanência foi a maior delas. Uma boa parte da minha natureza é kapha e, consequentemente, não sou muita afeita a mudanças. Gosto de rotina: saber onde irei acordar, com quem irei acordar, o que irei fazer e saber que no dia seguinte tudo será exatamente como o dia de hoje. E em decorrência disso eu lidava mal com as mudanças. Mudar dói. Sair da zona de conforto, dói. Por pior que seja a zona de conforto, a gente já a conhece, já somos íntimas. E ficamos agarrados nessa zona de conforto como se fosse uma tábua de salvação.

Mas o Yoga foi me ensinando isso: que a vida muda. O tempo todo, muda. Nada é mais do jeito que já foi. E me ensinou a ter aceitação. Aceitar que a vida é uma eterna roda de samsara, como uma roda-gigante de parque de diversões que não para de girar nunca. Hora estamos em cima, hora embaixo, hora na transição entre um e outro… E a partir do momento que aprendi que a vida não pára de mudar e aprendi também a aceitar isso, fiquei mais tranquila. Mais serena. Mais em paz.

Muitas vezes a impermanência da vida nos traz coisas boas: um emprego melhor, um relacionamento melhor, uma casa melhor. Mas outras vezes ela nos traz coisas tristes, como a morte de um familiar, por exemplo. E nesses casos, a aceitação pode ser um pouco mais penosa. Então, para que essa dor da impermanência “ruim” seja amenizada, eu estou aprendendo a viver o hoje como se não houvesse amanhã. Não digo sem responsabilidades ou de forma insana. Mas estou aprendendo a viver as relações, os momentos. Estou aprendendo a expressar meus sentimentos, para não ficar aquela lacuna quando a pessoa se vai e você não disse nem metade do que gostaria. Estou aprendendo a viver as alegrias com aquelas risadas de doer a barriga. A chorar quando sentir vontade. A estender a mão quando alguém me sinaliza. A pedir a mão quando preciso. A tentar ter sempre um olhar de compaixão mesmo diante da pessoa mais mesquinha da face da terra. Enfim, o aprendizado é grande.

Ainda me resta um longo caminho. Não sou santa (e nem quero ser). Erro pra caramba. Tenho defeitos pra caramba. Mas acho que pelo menos nessa lição da impermanência eu estou tirando notas boas. Quem conhece minha vida de perto pelos últimos anos sabe disso. As outras lições eu vou me esforçando e aprendendo aos poucos.

E a gente vai tocando o barquinho!

Namastê!